Falsificações no mercado de raridades de whiskey

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Um alerta feito por um negociante de whisky fez com que os laboratórios começassem a analisar com mais atenção o mercado de whiskeys raros. No seguimento desta investigação, o Centro de Pesquisa Ambiental das Universidades Escocesas (SUERC) descobriu que 21 das 55 garrafas de Scotch vintage eram falsas ou não destiladas no ano indicado. Estes whiskeys estavam a ser comercializados por dezenas de milhares de libras.

Algumas das garrafas falsas incluíam uma garrafa de Ardbeg 1885 (um single malt), um raro Thorn’s Heritage do início do século XX (um blended whisky) e um malte Ardbeg engarrafado na década de 1960.

As suspeitas do comerciante Rare Whisky 101

Após perceber que uma grande quantidade de whiskeys de malte raros, que detetou serem fraudulentos e falsificados, estavam a ser oferecidos a outros revendedores e casas de leilão, foi o comerciante Rare Whiskey 101 que deu o mote a esta investigação, fornecendo as amostras que viriam a ser analisadas. Andy Simpson, da Rare Whiskey 101, afirmou que os resultados do teste de carbono confirmaram a suspeita de que aquelas eram garrafas falsificadas e com rótulos incorretos de malte vintage e blended scotch.

Em 2018, um milionário chinês que adquiriu um single malt Macallan de 1878 por £ 7.600 num hotel suíço, denunciou-o como sendo uma garrafa falsa. Um laboratório da Universidade de Oxford e uma empresa escocesa de análise de álcool analisaram-no e comprovaram as suspeitas de Rare Whiskey 101.

Atualmente, existe uma enorme proliferação mundial do mercado de whiskies raros. Os destiladores estão a investir de forma musuclada em novas instalações para serem capazes de produzi-los e promovê-los. Com base no número de garrafas falsas encontradas em testes recentes, espera-se que cerca de £ 41 milhões em whiskies raros em circulação em todo o mundo sejam falsos.

Dúvidas no mercado dos whiskies raros

De acordo com o Rare Whiskey 101, estas evidências levantaram dúvidas sobre toda a indústria. É essencial que o comércio de whsisky raro seja combatido antes que os danos a longo prazo no mercado e na confiança do cliente sejam irreversíveis. Andy Simpson afirma ainda que alguns desses whiskies falsificados podem causar danos à saúde humana, uma vez que são produzidos com ingredientes tóxicos e adulterados, que não estão de acordo com as normas estabelecidas pelas empresas de saúde e segurança.

Simpson acrescenta que “comprou whisky falso no passado e é particularmente horrível quando descobres que pagaste por algo que não é, na realidade, o que o que afirma ser”. “As pessoas estão a tapar com o sol com a peneira e afirmam que isto  não é um problema. É genuinamente um problema”.

Além disso, Simpson acrescenta, “queremos que as pessoas sintam, queremos que as pessoas ouçam e queremos que as pessoas olhem para isto”. As suas dicas para os clientes e revendedores é que considerem que “se for um single malt que afirma ser anterior a 1900, assume que é falsificado e depois espera pelas provas de que não é. Não encontro um inocente há 30 anos”.

Soluções incertas

Assim que uma garrafa é aberta, seu valor é imediatamente destruído. Isto torna impossível provar a sua proveniência ao tentar vendê-lo como um whisky raro genuíno. É necessário ter um agente de autoridade ou autoridades de segurança alimentar para resolver a questão. Isto faria com que a fonte fosse imediatamente implicada.

O chefe do laboratório SUERC, o professor Gordon Cook, diz que foi criado um novo banco de dados com amostras de whisky fornecidas pelos destiladores. Isto permite que os investigadores testem e verifiquem amostras com precisão. O mesmo professor indicou que nem todas as amostras recolhidas eram falsas.

Cook ainda acrescenta: “Recentemente, analisámos quatro garrafas de whisky vintage, supostamente destiladas entre meados do século XIX e início do século XX. Destas, três eram genuínas, isso significa que existem realmente whiskies antigos e raros que são genuínos.”

Todos aqueles que operam no mercado de whiskies raros, é absolutamente essencial que acompanhem estas notícias, de modo a melhor distinguirem o trigo do joio –  quais são os genuínos e quais são os falsificados.

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